Brotando do solo, o concreto
Rompendo as nuvens furiosamente e insolente
Da janela, espio dia a dia mais um teto
Cobrindo paisagens bem levemente e brevemente
Da minha fresta, já não tenho o que ver
Só ferro subindo feito trepadeiras
Raízes escapando do solo com sede
Brota um arranha-céu onde só havia figueiras
Trapezistas me oferecem um show
Pendulam e agarram-se ao céu
E o vizinho incomodado
Que se mude para o prédio ao lado
E eu sempre tonto
Só queria dormir
E acordar com tudo pronto
Mas não vou desistir
Vi aos poucos a cidade surgindo em flor
Acordei já com muita idade
Já era tarde
Do meu prédio, por fim
Agora vejo outro da mesma cor
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