Como era de costume, fiz a sua mala
Não repare no volume, não repare em nada
Nem em toda a minha dor estampada na cara
Se a gente fica cara a cara é pior que nada
Fiz caber no velho couro o seu grande reinado
Acredite, dessa vez está tudo acabado
Carregue as suas costas frias e lanhadas
Pelas mãos das boas moças que não valem nada
Leve seus beijos frouxos e de caridade
Meus dias infelizes, sua crueldade
Mas deixe o que restou da minha vaidade
Que de tanto maltratada esvaiu-se em lágrimas
Deixe o que restou da minha sanidade
Que de tanto perturbada vive a dar risada
E as nossas palavras de amor e dor
Não está mais aqui quem falou e chorou
Aquela esperança de você mudar
Aquele perdão disposto a perdoar
Aquela vontade de lhe consertar
Já não andam por aqui nesse resto de lar
Amanhã serei a dona da minha vontade
Sairei nua e feliz por toda a cidade
Vou me vingar assim em outro amor qualquer
Imaginar você em outro que me quer
Vou seguir dilacerando corações alheios
Mostrando felicidade, insinuando os seios
E vou seguir te amando como Deus quiser
Ou como o diabo gosta e como eu puder
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