Nos cantos, no quarto
A tua dura carne em nacos
Nas bocas, nos pratos
Minha memória castigando o coração
O teu pavor e desespero
Nas noites, nos becos
A tua língua com tempero
Nos beijos mais secos
Minha memória provocando um turbilhão
A tua pele esticada
Curtida, na estrada
No varal e no tapete
Do hall de entrada
Minha memória pisa assim no coração
Teu céu da boca no telhado
Nos vinhos, nos copos
Teu desejo espalhado
Nas pias, nos colos
Minha memória sacudindo o coração
O teu olhar em cada cara
Vidrado, insano
No quarto ao lado da outra casa
Teu grito profano
Tua memória castra enfim meu coração
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