segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Doida (Agostinho Fortes)


Doida, dança no meio da pista
Pensa que é capa de revista
Encena, chora como artista
Artista, artista
E sai por aí sozinha na noite
 
A doida jura que é só minha
Verdade, mas sai por aí sozinha
Idade da filha da minha filha
Humilha, humilha
E sai por aí só minha, sozinha
 
É franca, mas gosta de fazer fita
Arranca meus olhos quando se irrita
Espanca, dá nó na minha veia
Estanca, estanca
E sai por aí faceira, ligeira
 
Vadia, na rua esquece o lar
Vampira, levou minha jugular
Revira sem dó as minhas mentiras
Que ira, que ira
E se manda vingativa na noite
 
Esperta, gosta de uma maré mansa
Perdulária, deu fim à minha herança
Hilária, me comprou uma lembrança
Não cansa, me cansa
E sai por aí fugida, bandida
 
A doida saiu por aí faceira
Artista, se mandou tão vingativa
Vampira, saiu por aí fugida
Ligeira, bandida
Mas voltou arrependida, vadia
A doida

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