Ela foge por vãos e labirintos
Mas seu rastro não se desfaz
Vou atrás com meus olhos tão famintos
Com a fome e a fúria dos animais
Fora de sua toca não se arrisca
Indomável é a sua raça
Ela mostra seus dentes e desespero
Ameaça me dar um bote
Prazer rasgando a sua garganta
Seu suor correndo em minha boca
Quente de medo e coragem
E quando enfim seu corpo se aquieta
Seus olhos miram o infinito
Sua boca esfriando entreaberta
Rosna mansa o seu instinto
Vou atrás com meus olhos tão famintos
Com a fome e a fúria dos animais
É afoita, ligeira e arisca
Na mata escura ela se disfarçaFora de sua toca não se arrisca
Indomável é a sua raça
No escuro posso sentir seu cheiro
Me aproximando com punhos fortesEla mostra seus dentes e desespero
Ameaça me dar um bote
Num só golpe me puxa e expulsa
Retrai, impulsa e não se cansa
Seu grito doido de aflição e alívioPrazer rasgando a sua garganta
Já não demonstra medo do seu senhor
Seu corpo se agitando selvagemSeu suor correndo em minha boca
Quente de medo e coragem
E quando enfim seu corpo se aquieta
Seus olhos miram o infinito
Sua boca esfriando entreaberta
Rosna mansa o seu instinto
Domada pelo seu caçador feroz
Fez dele seu amor, presa e algoz
Fera nua, meu bicho do mato
Foge de novo que eu lhe cato
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