quarta-feira, 11 de junho de 2025

Cavaquinho cruel

Que covardia
Quando me chamam pra um choro no morro
E eu que sou da boemia
Subo correndo e não sei por que corro

Vontade de morro
De batucar e cantar um choro
Que alegria, tocar Cartola e Noel
Mas que mania de tocar um cavaquinho cruel

Não há aqui piano
Nem fulano fala mal de sicrano
Quero um pandeiro
Fazer mil sambas o ano inteiro

Viva Cartola, viva a minha escola
Lá na mangueira, vou tocar muita viola
Ser um poeta, desses da pesada que nunca chora
Falar bem de Cartola e de manhã ir embora

Descer a ladeira, por isso choro
Mas quem é da quebrada, não se lamenta e nem chora
Joga capoeira, cai e se levanta na hora
Meu cavaquinho já dormiu antes da aurora

Boa noite pra quem não dorme
Boa noite pros poetas de outrora
Boa noite pra quem assiste a aurora
Boa noite pra quem não perde a hora
Pra quem não samba, pra quem não entra na roda
Boa noite, Cartola!

Nenhum comentário:

Postar um comentário