quinta-feira, 19 de junho de 2025

Hora de partir (Agostinho)

Venho de uma longa jornada
Suado, maltrapilho, cansado
Venho pra saudar o teu corpo
Venho podre e morto
Volto sempre pra ti

Venho de um dia lotado
Já não ergo os meus braços
Já nao sinto as pernas
Venho cair nos teus abraços
Nas carícias eternas
Das manhãs sem fim
Venho por que te quero
Venho por que não quero
Não ter tempo pra nós e pro tamborim

Venho, trago o nosso sustento
Zelo pelo nosso rebento
Venho, estragado por dentro
Sem os braços, sem alma
Pra encontrar a minha calma

Vamos fugir pra qualquer lado
Pro nordeste ou pra neve
Ou pro meio do mato
Vamos e é urgentemente
Antes que o nosso amor 
Se arrebente
Nas ondas do dia a dia
Que só trazem agonia
É a hora enfim de partir

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