quarta-feira, 9 de julho de 2025
Vinho (Agostinho)
terça-feira, 8 de julho de 2025
Noite e dia (Agostinho)
sábado, 5 de julho de 2025
Em todos os tempos (Agostinho)
Busquei nas montanhas e nos sete mares e nos sete ventos
Eu te busquei assim na minha ilusão e em todos os meus medos
Fui na minha velhice, corri mil planícies, fui nos meus segredos
Maria dos meus sonhos e que nos meus sonhos era uma pluma
Que se vai com o vento sem deixar um rastro sumindo na bruma
Agora eu te encontrei, porque és minha angústia e és minha mentira
Quem sabe agora encontro
Quem sabe outra Maria
Outra mais leve, bem mais evidente e mais calmaria
quarta-feira, 2 de julho de 2025
Minha namorada
A pé ou de avião
Mas por favor entrega
Esta declaração
Este meu carinho
Este meu perdão
Pois estou tão sozinho
Esta minha carta
Este meu ofício
Mas não conte nada
Como está dificil
Vai coração
Leva a desculpa
Mesmo esfarrapada
Mas não conte nada
Sobre o desespero
Diga só que sinto
Falta do tempero
Da sua comida
Da sua risada
Da sua alegria
Minha namorada
segunda-feira, 30 de junho de 2025
Quarto de hotel (Agostinho)
Não me lembro do mar, nem do rio
Não me lembro tampouco das horas
É tudo parado, é vazio
É cheio e sombrio, mas não chora
É tudo esperança, cansaço
São as horas
Artista, vou por todo o Brasil
Em cada cidade, eu me caso
As platéias estão sempre cheias
Mas também estão sempre vazias
E nada é assim por acaso
E assim canto as minhas fantasias
Extravaso
Vazio, um quarto de hotel meio cheio
De mar, correnteza e receio
De rio, de nada e de horas
A platéia é cheia de saudade
Amanhã já é outra cidade
A platéia é cheia de estradas
Liberdade
domingo, 29 de junho de 2025
Quero a beleza
Sentir as nuvens quase caindo
Contemplar sorrindo
O azul do mar, a branca areia
O escuro no céu, lua cheia
Mas como ferve em minha veia
Quero sangrar, quero a beleza
Olhar o céu que é tão lindo
Sentir as nuvens quase caindo
Contemplar sorrindo
sábado, 28 de junho de 2025
Quero cair (Agostinho)
Me abandonar e desisitir
Pra nunca mais sorrir
Quero as estrelas lá do céu
Ver a lua no mar qual um véu
Perambular na escuridão
E contemplar a solidão
Quero cair, quero rodar
Me afligir, quero chorar
Pra nunca mais penar
sexta-feira, 27 de junho de 2025
Um mero samba (Agostinho)
Também não é de botar muito medo
Não se atreve com a bateria
É um mero samba e sempre dorme cedo
Na Mangueira é tipo um segredo
Bem baixinho e de um batuque lento
Não atiça a mais linda mulata
Nem se escuta quando bate o vento
Meu samba agrada troianos e gregos
Já larguei até o meu emprego
Fiz poesia com a bateria
E vou aprimorando o meu talento
Meu samba pode subir a Mangueira
E com pandeiro faz a alegria
E hoje pode cantar a alvorada
É devagar, mas tá na boemia
Meu samba canta a minha namorada
De forma calma, mas que contagia
Meu samba calmo não é uma bravata
Meu samba lento tá na boemia
quinta-feira, 26 de junho de 2025
Mar (Agostinho)
terça-feira, 24 de junho de 2025
Já foi escrito (Agostinho)
Está marcado
Tá nas estrelas
Foi profetizado
Está nos búzios
Entre ciganas
Está nas cartas
Está nos mantras
Por isso deixa de lado
Qualquer plano, pranto ou cuidado
Serás minha, já foi jurado
Será por ti esconjurado
segunda-feira, 23 de junho de 2025
Espera um pouco (Agostinho)
Espera um pouco
Estou descendo
Eu vou correndo
Está chovendo
Espera calmo
É tanto sol
Tão fumegante
Tão alto astral
Seja gentil
Não me machuque
Não seja vil
Não quero truques
Espera um pouco a minha vinda
Espera um pouco, estou tão linda
Espera um pouco nessa berlinda
Eu estou indo
Estou sofrendo
Estou sorrindo
Tuas palavras
Tão afiadas
Me cortam toda
Sangro por dentro
Não seja infame
Não seja rude
Fala meu nome
Quero atitude
Espera ou some
Espera um pouco, estou chegando
Estou partindo, estou mentindo
Estou confusa, espera um pouco
domingo, 22 de junho de 2025
Laranjeira
Tem uma laranjeira
Tem uma vida inteira lá no meu quintal
Uma vida inteira
Dentro dessa vida inteira tem o bem e o mal
Tem uma laranjeira
Dentro dessa laranjeira tem um laranjal
Tem coisa séria e brincadeira
Formosa laranjeira, extenso laranjal
Que deu laranja a vida inteira
sábado, 21 de junho de 2025
Dia de sol (Agostinho)
No sol de outro dia
Eu nunca imaginei
Que um dia desse passaria
Essa fantasia
Esse meu amor
Que é tão grande pela vida
Mas tudo passou
Como passa o dia
E veio o desalento
A escuridão e a agonia
E passa como o vento
E o sol daquele dia
Levou todo esse tormento
sexta-feira, 20 de junho de 2025
Dengo (Agostinho)
Vem me fazer um dengo
Mas por favor não demores
Que eu tenho menos de uma hora
E o jogo do flamengo
Morena, chorosa
Juro que não sou tão frio
Por favor nao me julgues
Se vivo correndo e sem hora
Não tenho mais meu brio
Morena, honrosa
Quero me casar contigo
Vem cá me fazer um dengo
Que hoje não tem flamengo
E o tempo sou eu quem crio
quinta-feira, 19 de junho de 2025
Eu já vivi
Já perdi
E a cada desengano
A minha tristeza
Vem falar de ti
Sim, já fui rei, já cantei, já venci
Já amei
E com toda essa alegria
Que é mais clara que o dia
Com umas me casei
Sim, eu amei, eu sofri, eu fui rei
Eu chorei
Sim, já cantei, já morri, já perdi
Já venci
Resumidamente
Digo presentemente
Que eu já vivi
Hora de partir (Agostinho)
Suado, maltrapilho, cansado
Venho pra saudar o teu corpo
Venho podre e morto
Volto sempre pra ti
Venho de um dia lotado
Já não ergo os meus braços
Já nao sinto as pernas
Venho cair nos teus abraços
Nas carícias eternas
Das manhãs sem fim
Venho por que te quero
Venho por que não quero
Não ter tempo pra nós e pro tamborim
Venho, trago o nosso sustento
Zelo pelo nosso rebento
Venho, estragado por dentro
Sem os braços, sem alma
Pra encontrar a minha calma
Vamos fugir pra qualquer lado
Pro nordeste ou pra neve
Ou pro meio do mato
Vamos e é urgentemente
Antes que o nosso amor
Se arrebente
Nas ondas do dia a dia
Que só trazem agonia
É a hora enfim de partir
quarta-feira, 18 de junho de 2025
A casa vazia (Agostinho)
Eu não acredito
Que não está ao meu lado
Que levou de mim
Um belo bocado
Um belo jardim
Mas levo o seu café na cama
Dou-lhe um beijo na testa
Dobro o seu pijama
Pra você, em silêncio, dizer que não me ama
Eu faço a sua comida
A mais que preferida
Com seus olhos sombrios
Você nem elogia
Mas silentemente
Me chama de querida
Às vezes fica o dia todo na cama
Não come, nem fuma
Outras vezes se apruma
E se espalha feliz por Copacabana
Eu sonho com você acordada
E então fico pasma
Eu não acredito
Você tão bonito
E essa casa vazia
Cheia do seu fantasma
terça-feira, 17 de junho de 2025
Tanto tempo (Agostinho)
Por outros mares
Partir do porto da cidade
Sob risos e olhares
Quero dar a volta ao mundo
Beijar o vento
E deixar aquele porto
Se apagar no esquecimento
Sei que vai sentir saudade
Tanto tempo, tanto mar
Sei também que quando eu voltar
Vai sorrir, vai amar
Hoje a praia cantará
Voltei de repente
Com muita saudade,
O mundo inteiro e um presente
Não meta os pés (Agostinho)
Pois se partires bem agora
Vais ter que se virar lá fora como um cão
Lá fora a noite é bem mais fria
E não terás a alvorada
Tão prometida e pelo samba tão cantada
Retornarás em agonia
Temendo a noite mais que o dia
Temendo o samba mais que a branda poesia
Nao meta os pés por essas mãos
Eu te avisei, nao vai lá não
Agora deixa em paz meu coração
Meu filho, a vida
Não é brincadeira não
Se não levares a sério
Vais acabar perdendo a razão
Vais acabar sem pés, sem mãos
Vais acabar perdendo o chão
Vais acabar com meu coração
segunda-feira, 16 de junho de 2025
Paz forjada
Esses incansáveis e suados apertos de mão
Quem não lhe corrije pela frente
Quem, sabendo dos seus medos, lhe manipula
Esse não lhe quer bem, quer mal, é mau
Prefira o que lhe esgana, quando você faz merda
Aquele que grita loucamente até ficar rouco e lhe corrigir
Prefira esses, que parecem maus, pois caminharão à beira do abismo, lado a lado contigo, mas jamais o empurrarão.
Prefira o grito louco e rouco, a discussão, o sangue na espada. Prefira o olhar violento a uma paz forjada!
domingo, 15 de junho de 2025
Pra minha amada (Agostinho)
Tenho um medo da vida
Tenho tempo para gastar
E a semana corrida
Tenho uma casa que é bela e viva
Tenho uma linda família
Tenho uma vontade de sumir
Fugir pra uma ilha
Tenho um corpo que quer descansar
Na cadeira mais esquisita
Tenho outro cheio de vida
Que só agita
Tenho vontade de vaguear
Viajar, conhecer
E vontade de me espreguiçar
Permanecer
Sou um rei e um vagabundo
Minha agenda é danada
Sou um trabalhador fecundo
Sem tempo pra nada
Sou assim esse ser volúvel
Quero tudo e um pouco do nada
Sou assim esse ser incrível
Pra minha amada
Olhar medonho
Tens um olhar medonho
Que também é cheio de graça
Tens os pés pela praça
Andas por todos os mundos
Teu rosto é belo e profundo
Teus lábios são de carne tão cheios
Pernas, nuca e seios
Morena, eu quero teu sorriso medonho
Casar, morena, é o que eu te proponho
Na igreja, na areia, no barco ou no sonho
Prometo carinho e um caminho risonho
sábado, 14 de junho de 2025
Balaio
Mágicos, poetas
Atores, profetas
Cartas e ensaios
Pôr tudo no mesmo caos
No mesmo balaio
Mais de mil instrumentos
Escuto e me distraio
Pôr tudo no mesmo balaio
Um filósofo ébrio
Um louco e seu ensaio
Um palhaço bem sério
E súbito sem pretensão
Surge desse balaio
O que se chama arte
E vem do coração
Alvorada (Agostinho)
Os teus campos verdejantes
Tua força e correnteza
Alvorada, tuas cores são sagradas
Não me deixas dissabores
Incessantes alvoradas
Na estrada são só campos verdejantes
Eu lhe faço este poema
Uma visão de um viajante
Ondas claras, um azul de ondas claras
Vejo mares, vejo estrelas
Vou seguindo pela estrada
Alvorada, lembras-me de alguns amores
São tão lindas tuas cores
Mas cheguei ao fim da estrada
sexta-feira, 13 de junho de 2025
Coração descartado
Na beira da estrada, estilhaço, um para-brisa arrebentado
O fim de um amor é desengano, é descuidado
Ah, meu coraçao, insensatez, precipitado
Caiu mais uma vez no mesmo abismo, fundo e macabro
Não, não faz mais não, meu coração, estou cansado
Estou na beira da estrada, atropelado, inconformado
Não, não faz mais não, quem sabe um dia me verás ressuscitado
quinta-feira, 12 de junho de 2025
A flor do deserto (Agostinho)
Entre ratos
Vou brigando com os dias, comprei uma pistola
Meu sofá é tão sujo e tão acolhedor
Me dá um sono bom, alivia a dor
Entre falsos amigos e prostitutas
Vou fingindo os dias, ganhando disputas
Entre cigarros, cinzeiros e uma cama
Bebo o meu uísque e uma mulher que me ama
Mas a minha vontade de viver é austera
Joga fora a pistola, os ratos e disputas
Os cinzeiros, cigarros e prostitutas
Minha vontade de revê-la é severa
Ela dorme porque escurece, eu durmo porque Rivotril
Ela na juventude, de casa, não saiu
Eu na juventude fui o jovem mais vil
Mas por ela eu acordo sem uísque ou pistola
Somos o suco da discrepância, mas ela me adora
quarta-feira, 11 de junho de 2025
Cavaquinho cruel
Quando me chamam pra um choro no morro
E eu que sou da boemia
Subo correndo e não sei por que corro
Vontade de morro
De batucar e cantar um choro
Que alegria, tocar Cartola e Noel
Mas que mania de tocar um cavaquinho cruel
Não há aqui piano
Nem fulano fala mal de sicrano
Quero um pandeiro
Fazer mil sambas o ano inteiro
Viva Cartola, viva a minha escola
Lá na mangueira, vou tocar muita viola
Ser um poeta, desses da pesada que nunca chora
Falar bem de Cartola e de manhã ir embora
Mas quem é da quebrada, não se lamenta e nem chora
Meu cavaquinho já dormiu antes da aurora
terça-feira, 10 de junho de 2025
Como vai?
- Vou indo e você?
- Não, fui despedido e durmo muito.
- E o casamento?
- Separei.
- Que horrível!
- Ter casado? Sim, foi. Mas passou. Foi só um resfriado. As pessoas costumam chamar de pneumonia. Acho isso um pecado.
- Mora onde agora?
- Na minha Kombi.
- Não é possível!
- O que? Viver viajando como um andarilho pelo mundo? É possível.
- Você gosta da vida?
- Não. Gosto dos meus sonhos, gosto de pintar um quadro, trepar gostoso e inventar o meu viver.
- Não fica triste nunca?
- Não, escrevo poesias. Tomo um banho quentinho. E você? Gosta da vida?
Caça
Eu não vou pra lá
Pare de falar
Pode desistir
Não quero que saiba
Onde é que estou
Ou pra onde vou
Pare de insistir
Me mando pra longe
Tal qual faz um monge
Me mando pra lua
Imprudente e nua
Se me questionar
Onde é que estou
A cada instante
E pra onde vou
Vou pra bem distante
Deixe-me ser livre
Ser uma eremita
Em qualquer lugar
E se vasculhar
Toda a minha vida
Cheirar os meus rastros
Não vai adiantar
Mas se me esquecer
Se não me caçar
Se me entender
Quem sabe vou ficar
Rei do salão
És quem manda na multidão
És o dono do Rio, das praias
És quem manda em toda nação
És o galã das moças de saias
Rapaz, mas o que o dinheiro não faz?
Tens o que quer, ouro e harém
Quem te vir vai querer também
És sultão, imperador, paxá
Faustoso até no modo de olhar
Rapaz, quem sempre deu as cartas
Parece agora perder o jogo
No harém elas estão fartas
Desse teu amor por uma só
Que te arrebatou e te deu um nó
Será o teu fim ou será enfim tua salvação?
Já não queres ouro, pois o teu tesouro é um baú de paz
Já não és tão mau, pois gostas do bem que esta mulher te faz
Rapaz, mas que final feliz
Você real e ela tão atriz
Ela vai te redimir
Ela vai te envenenar
Te abraçar e depois partir
Agora me conta que estás sem dinheiro
Estás sem mulher
És um forasteiro, mulambo aventureiro, sem uma paixão
Sem saber direito até o que quer, nobre coração
A paz ...
domingo, 8 de junho de 2025
Estórias
Ali naquela mesa ele contava estórias
Às vezes me dá branco, mas são muitas memórias
Estórias de guerra, muitas aventuras
Viagens pelo mundo, lutas com criaturas
Às vezes era herói e salvava todo o mundo
Outras um poeta e tanto que ia lá no fundo
Hoje tenho saudade dos contos de meu pai
Um bravo almirante, guerreiro samurai
Um dia o encontrarei pra ouvir mais peripécias
Sentados lá no céu, trocaremos novas idéias
E os anjos vão dormir ouvindo uma novela
E o céu vai se apagar de forma bela e singela
Maria
E bate na cadência da minha tristeza
E vai batendo lento e fraco, pois já não estás sobre a minha mesa
É que sonhei em me casar contigo e pra sempre sermos namorados
Agora vivo aflito e com a alma desvairada, sempre acordado
Deixaste em mim uma ferida indelével
Um abismo desses muito loucos
Minha Maria volta logo, vê se me perdoa e me ama um pouco
É que sonhei em me casar contigo e morar numa bela cabana
Agora vivo acovardado, não ouso sair nessa cidade insana
Maria, já fazem mil anos e ainda te espero com meu coração
Estou um pouco mais velho e às vezes durmo mesmo no porão
Fazem tantos anos que não saio nem pra ver o sol ou um pouco da vida
E hoje alguém bateu à porta e pra minha surpresa era você querida
E trouxe contigo os nossos netos, as nossas lembranças e fotografias
sexta-feira, 6 de junho de 2025
Tudo
Sao montanhas sem fim a desmoronar
Sobre o meu olhar
Sobre os meus lamentos
Sobre um braço de mar
Que me fazem chorar
Aqui faz um frio que aflige
Do peito estreitar e de tudo parar
Lembrei do meu Rio
Pra esquecer do frio
Pra sorrir, pra chorar,
Pra esquentar
E tudo é Rio, é saudade
Meu Rio que não é só iniquidade
É a galera no bar
É a osciosidade
Tudo é Rio e o Rio
É sempre saudade
E tudo é Rio, tudo é neve
Mesmo aqui em Moscou com o peito constirpado
Eu vejo o Rio
E você ao meu lado
Vejo as praias, o mar
Já me sinto cansado
Estou voltando pro Rio
Por um sorriso qualquer, por uma bela mulher
Deixo a vodka quente
Por um chopp gelado
Por uma voz eloquente
E o Maraca lotado
Estou chegando no Rio
Quero um verão de pecados, toda a gente misturada
Católicos, crentes
Quero toda a nudez
Os falsos videntes
E o samba da vez
Cheguei por fim e agora
Agora é só mar
E as montanhas
E meus lamentos a desmoronar
É o frio, a saudade e a osciosidade
É a neve, é Moscou
É um chopp gelado
É o teu show sempre ao meu lado
São católicos, crentes
E falsos videntes na roda de samba
É um verao de pecados
Por todos os lados, tem gente que ama
Só gente que ama
São praias geladas
São vodkas quentes
Gente misturada
quarta-feira, 4 de junho de 2025
Nunca mais
Queixa-se de raiva e por mania
Deixa o casamento cair na monotonia
Deixa tudo de lado e pra depois
Depois vem me atormentar
Me acusar de tão pequenas coisas
Me chamar de concubina, de maldita
E esgarçar minha ferida
Não me queixo de nada, nada vejo
Não espero mais nada, nem seu beijo
Vou suportando os dias de um falso casamento
E o coração vai batendo sempre atento
Deixa em paz a minha dor
Que a qualquer hora de uma madrugada
Eu te deixo um bilhete, pego a estrada
E nunca mais resignada