sábado, 1 de novembro de 2014
Ciúme (Agostinho Fortes)
Tão devassador
Com tantas desmedidas
Meu amor assim chegou
E ancorou na minha vida
Remexeu o meu passado
Derramou a minha bebida
Humilhou-me um bocado
Trouxe à tona as feridas
Maldiz dos meus velhos namorados
Muito mais do que eu mesma poderia
Duvida do meu choro
Suspeita da minha alegria
Ele morre de ciúme do meu passado
Presente e futuro
Não sei mais o que lhe confesso
Nem sei mais o que lhe juro
Ah, se ele soubesse que se eu pudesse
Lhe entregaria as minhas preces
Meus segredos e meus sonhos
Como se fossem as minhas vestes
E assim talvez
Ele percebesse de uma vez
A minha alma desnuda
E viesse ao encontro meu
Suplicando por ajuda
Meu amor, coitado
Me ensina e me vê
Aprendendo a mentir
Aprendendo a viver
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